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Entre Humanos e Plantas

 Alianças ayahuaqueiras na Amazônia contemporânea 

 VIRGILIO BOMFIM NETO

Editora Dialética

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Tendo como ponto de partida as dinâmicas interétnicas e a revitalização do xamanismo Noke Koî e Yawanawa, esta pesquisa busca esclarecer as relações humanos e plantas na Amazônia contemporânea. O exame antropológico da redescoberta e dos significados correntes que circundam as plantas nos auxiliará na demarcação da dialética semântica que ocorre nas alianças entre indígenas e cidadãos cosmopolitas, mediadas em especial, mas não unicamente, pela ayahuasca.

Retraçamos a origem dos usos de “enteógenos” bem como dos conceitos chaves que conformaram o atual entendimento científico e cultural globalizado sobre as plantas dessa natureza, criando assim o fundamento reflexivo sobre o qual desenvolvemos a pesquisa etnográfica. Focalizando nos estudos etnológicos das Terras Baixas da América do Sul destacamos a magnitude simbólica da ayahuasca e outras poções, nas ontologias e nas práxis xamânicas, sua eficácia na mediação das relações entre alteridades que integram o cosmos, a ancestralidade e o cotidiano dos povos mencionados.

Após a elucidação do papel das plantas na sociabilidade de ambas etnias, descrevo a história e os aspectos sociológicos do movimento de fortalecimento cultural a partir do xamanismo. Ayahuasca,  tabaco e suas ritualísticas são facilitadores desses encontros e alianças caracterizados pela contínua emergência de agregados de significados e símbolos que delineiam o espaço discursivo mutuamente inteligível.

O percurso etnográfico, bem como a elaboração sociohistórica e antropológica, tornam evidente o papel das plantas enquanto agentes proeminentes do dinamismo identitário e cultural e mediadoras do presente elo com segmentos das sociedades ocidentais, união pela qual humanos e plantas entrelaçam os nós de uma emaranhada rede entre a floresta e o mundo.

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